terça-feira, 11 de maio de 2010

ESCLEROSE MÚLTIPLA

A esclerose múltipla é uma das doenças mais comuns do sistema nervoso central - cérebro e medula espinhal - (SNC) em adultos jovens. Dita uma doença não preventiva, não contagiosa e que não provêm de distúrbios mentais a esclerose múltipla é uma doença de origem desconhecida que foi descrita inicialmente pelo francês Jean Martin Charcot em 1868 que denominou-a como “esclerose em placas” devido aos seus achados em autópsias de áreas circunscritas endurecidas e disseminadas pelo SNC dos pacientes estudados.
A esclerose múltipla caracteriza-se pela desmielinização das fibras neuronais, o que prejudica a neurotransmissão. Em exames de imagem evidenciam-se muitas áreas dispersas do cérebro e da medula espinhal afetadas. Os sintomas podem ser benignos ou graves, que surgem e desaparecem de maneira imprevisível. Descobertas recentes indicam que os axônios sofrem danos irreversíveis em conseqüência do processo inflamatório, o que contribui para uma deficiência neurológica e, a longo prazo, para a invalidez. Literalmente esclerose múltipla significa episódios que se repetem várias vezes. Até certo ponto, a maioria dos pacientes se recupera clinicamente dos ataques individuais de desmielinização, produzindo o curso clássico da doença, ou seja, surtos e remissões.
As causas da doença ainda são desconhecidas, apesar de ser estudada há mais de 160 anos, a ciência não conseguiu, ainda, nada mais do que hipóteses, especulações em relação a hereditariedade, questões ambientais e respostas do sistema imunológico.
Os sintomas da doença são muito variáveis e dependem das zonas do SNC afetadas, podendo variar de uma pessoa para outra. A maioria das pessoas experimenta mais de um sintoma, sendo que, a primeira lesão clinicamente manifestada pode não ser a primeira ocorrida. Os sintomas mais comuns são: fadiga, fraqueza muscular, parestesia (sensação tátil anormal. ex.: formigamento), marcha instável, alterações visuais, tremores, disfunções vesicais e intestinais e causas menos comuns como hemiplegia (paralisia de um lado do corpo), neuralgia do trigêmeo e paralisia facial. Alguns desses sintomas podem ser sutis, “ocultos” e podem passar despercebidos pelos familiares e cuidadores, assim como no ambiente de trabalho e nas atividades sociais.
O diagnóstico da doença é difícil e dados obtidos em pesquisas realizadas e atualmente disponíveis podem oferecer apoio para o diagnóstico clínico e laboratorial, mas ainda apresentam deficiências para definir de imediato se a pessoa é ou não portadora da doença, uma vez que os sintomas assemelham-se a outros tipos de doenças neurológicas.
Atualmente, não exite medidas curativas concretas para a esclerose múltipla. No entanto, muito pode ser feito para ajudar os portadores da doença a serem independentes e a terem uma vida confortável e produtiva.

Porque procurar um fisioterapeuta?

No âmbito da fisioterapia, o tratamento é voltado para a prevenção da perda da função ou a restauração dela.
Busca-se a manutenção da independência nas atividades de vida diária e atividades sociais, assim como, a manutenção e promoção de melhor qualidade de vida e a minimização dos efeitos deletérios causados pela doença.
As doenças do SNC podem causar problemas como quadros de espasticidade, déficits de sensibilidade, parestesias, neuralgias, assim como a perda do equilíbrio e da coordenação. Estas perdas causam dificuldades para caminhar e realizar as tarefas mais simples do cotidiano da pessoa acometida.
Acompanhando uma série de distúrbios do corpo o desequilíbrio músculo esquelético provoca a incapacidade muscular, fadiga e fraqueza em geral, um quadro propício para o surgimento de algias musculares e problemas posturais.
Os distúrbios uroginecológicos são muito freqüentes em pacientes acometidos por doenças do SNC, entre eles os mais comuns são a perda do controle esfincteriano, o que provoca incontinência urinária e/ou fecal, os distúrbios de esvaziamento vesical e problemas sexuais provenientes do desequilíbrio do assoalho pélvico e disfunções neuromusculares.
Estima-se que cerca de 60% dos portadores de esclerose múltipla apresentam discreta deficiência no sistema cognitivo e emocional, enquanto mais de 20% podem apresentar quadros significantes de deficiência. As funções mais frequentemente comprometidas são a memória, a concentração, o raciocínio e raramente a perda da função intelectual.


Cuide-se bem e um grande abraço.

Drª. Luciana Passos
Fisioterapeuta


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