A síndrome de Pusher (SP) tem sido considerada uma das mais intrigantes alterações de controle postural encontradas em pacientes com lesão encefálica. Pacientes com esta síndrome, ao invés de se puxarem na tentativa de sustentarem seus corpos, empurram-se em direção ao lado parético utilizando o membro não afetado. Quando parados, tanto sentados como em pé, apresentam uma inclinação para o lado contrário à lesão encefálica. quando tentamos corrigir a postura desses pacientes percebemos que o paciente resiste a essa correção usando o lado do corpo que não foi afetado alegando medo de cair.
Este comportamento está relacionado com uma alteração na percepção da postura, de modo que, esses pacientes têm a impressão de que estão alinhados normalmente, quando estão na verdade inclinados para o lado paralizado. Portanto quando tentam se levantar acabam perdendo o equilíbrio.
Esta síndrome foi inicialmente descrita em 1985, e foi associada aos acidentes vasculares cerebrais (AVCs) no hemisfério direito.
Pacientes com esta síndrome podem apresentar um desconhecimento patológico e negar o distúrbio, também podem negar ao lado do corpo sadio.
Até recentemente, a síndrome de Pusher só havia sido descrita em pacientes com AVC, que apresentaram resolução dos sintomas em aproximadamente seis meses. No entanto, outros estudos identificaram a associação da síndrome de Pusher também em casos de trauma craniano e metástases cerebrais.
Pacientes que desenvolvem esta síndrome tem um distúrbio quanto a percepção do próprio corpo. Este distúrbios provêm de disfunções encefállicas, podendo ser causadas por lesões no sistema nervoso central, distúrbios no sistema vestibular que pode afetar o equilíbrio.
Muitos pacientes que sofrem algum tipo de dano ao sistema nervoso central podem desenvolver a síndrome. As estimativas são de que mais de 50% dos pacientes que sofrem um AVC podem apresentar esta síndrome.
Os Fisioterapeutas e os enfermeiros, muitas vezes, são os primeiros a detectar os sintomas desta desordem, pois são eles que, muitas vezes, transferem os pacientes para maca ou cadeiras ou durante a realização de tratamento que os coloquem em posição sentada.
O diagnóstico da síndorme é clínico. O profissional de saúde utiliza-se de escalas para fazer o diagnóstico.
O tratamento de fisioterapia na reabilitação na Síndrome de Pusher
Alguns autores sugerem como estratégias na reabilitação de pacientes com a SP o feedback visual sobre a postura vertical correta como estratégia para compensar o déficit da PPV (habilidade ausente nesses pacientes), o treino de transferência de peso durante atividades funcionais, assim como a estimulação somatossensorial, que, junto com o sistema visual e vestibular, participa da manutenção do equilíbrio.
Estudos realizados com pacientes com esta síndrome, mostraram que, dependendo das condições clínicas do paciente e com o tratamento adequado, muitos benefícios podem ser alcançados na vida do paciente.Um grande abraço,
Drª. Luciana Passos
Fisioterapeuta
Nenhum comentário:
Postar um comentário