sábado, 17 de março de 2012

EXERCÍCIOS FÍSICOS NA 3ª IDADE

A possível relação entre saúde, envelhecimento, exercícios físicos, capacidade funcional e qualidade de vida têm sido objeto de estudo de inúmeros trabalhos científicos. O objetivo é integrar todas essas variáveis com o objetivo de encontrar o segredo de um envelhecimento saudável.
Saúde não é significado de ausência de doença. O termo engloba diversos aspectos físicos, psíquicos e sociais. Portanto para considerar-se saudável o indivíduo deve interagir com seu meio plenamente, necessitando para isso, de uma capacidade funcional preservada.

Mas o que é capacidade funcional?

Entende-se pela capacidade de realizar as atividades de vida como deslocamento, autocuidado, sono adequado, realização de atividades sócioreacreativas com independência. O conceito de qualidade de vida envolve a capacidade de realizar as atividades de vida diária sem comprometer o equilíbrio do organismo.

Qualidade de vida na 3ª idade

Motivo de muitas discussões pelo mundo, a qualidade de vida na 3ª idade ganhou destaque. Envelhecer com dignidade gerou a preocupação em preservar a saúde e o bem estar da população que a cada ano se torna  maior nos países em desenvolvimento.
O envelhecimento, uma parte integrante de nossas vidas, é tipicamente acompanhado por alterações fisiológicas graduais, porém progressivas, e por um aumento na prevalência de enfermidades agudas e crônicas. É muito comum ocorrerem distúrbios cardiovasculares, pulmonares, gastrointestinais, geniturinários, hematológicos, músculoesqueléticos, endócrinos, metabólicos, doenças infecciosas, distúrbios neurológicos e psiquiátricos, cutâneos e visuais no idoso, o que resulta em mudanças significativas em sua vida, podendo até mesmo levá-lo ao isolamento. Esse quadro pode resultar em perda de funções, que sem intervenção adequada em em tempo hábil causa a institucionalização precoce de idosos. Desse modo tornam-se necessárias a atenção e promoção da saúde do idoso com medidas preventivas, restauradoras e reabilitadoras.
Uma das mais importantes alterações ocorridas no envelhecimento é a perda de massa muscular esquelética. Essa perda é chamada de sarcopenia, termo que define a perda de massa, força e qualidade do músculo esquelético e que tem significado importante na saúde pública por suas consequências funcionais. A força muscular é a adaptação funcional que sempre acompanha os níveis de massa muscular, sendo importante no dia-a-dia de todas as pessoas, especialmente em idosos, pois geralmente são mais sedentários e com menor aptidão física em geral. A força muscular é a principal responsável pela deteoriação da mobilidade e da capacidade funcional do indivíduo que está envelhecendo.
Outra alteração fisiológica do envelhecimento é a perda de massa mineral óssea que atinge tanto homens quanto mulheres, ocorrendo mais precocemente no sexo femino. Ocorre por volta dos 45 anos no sexo feminino e por volta dos 50 anos no sexo masculino e esta diretamente ligado a fatores nutricionais, hormonais, genéticos e níveis de atividade física.
A intervenção pela atividade física constitui uma medida eficaz para minimizar os efeitos das alterações fisiológicas causadas pelo envelhecimento. Um idoso frágil e descondicionado, com limitações de força, equilíbrio e resistência, encontra dificuldade para realizar as mais simples tarefas como vestir-se e banhar-se e será mais sucetivel a quedas que podem ocasionar fraturas e consequências como a imobilidade e restrição ao leito.
Muitos déficits causados pelo avanço da idade são reversíveis ou protelados, podendo o idoso melhorar sua capacidade funcional e autonomia apenas inserindo exercicios físicos em sua rotina diária.

Exercícios físicos na 3º idade

Trazem diversos benefícios físicos, sociais e psicológicos e contribuem para um estilo de vida mais saudável. Alguns dos benefícios mais importantes são:
- Redução dos triglicerídeos;
- Aumento do HDL (colesterol "bom");
- Redução da pressão arterial e da tendência à arritmia pela diminuição da sensibilidade a adrenalina;
- Redução da agregação plaquetária e estímulos a fibrinólise;
- Aumento da sensibilidade das células à insulina;
- Estímulo ao metabolismo dos carboidratos;
- Estímulo hormonal e imunológico;
- Tendência à elevação da taxa metabólica pelo aumento da massa muscular;
- Profilaxia de diversas doenças pois reduz os fatores de risco para o desenvolvimento de diversas patologias.

O exercício físico regular melhora a qualidade e a expectativa de vida do idoso beneficiando-o em vários aspectos principalmente na prevenção das incapacidades. A prescrição de exercícios físcos para o idoso é bastante desafiadora já que engloba questões clinicas e psíquicas. Dessa forma faz-se necessária uma avaliação geriátrica abrangente que envolva todos os aspectos inseridos no envelhecimento. A escolha pela atividade também pode tornar-se complexa, pois muitas atividades que poderiam ser prazerosas podem se tornar inviáveis para o idoso pela perda de aptidão física decorrente do avanço da idade e do sedentarismo. O exercício escolhido deve gerar prazer, benefício físico, segurança e motivação para que proporcione real melhora na qualidade de vida aos praticantes.
Exercicios que atuam na formação de massa óssea, muscular e força são os mais indicados já que contribuem para uma maior autonomia funcional e oferecem menor risco de lesões, controle da frequência cardíaca e pressão arterial e também por serem mais facilmente desenvolvidos e de rápido retorno estimulam a motivação para progredir com os exercícios.
Na 3ª idade os exercícios devem ser preferencialmente diários, em média de 30 a 90 minutos incluíndo exercicios aeróbicos, de força muscular, flexibilidade e equilíbrio.

Muito bem! Agora basta procurar o seu profissional, escolher sua atividade e começar a ter mais qualidade de vida!

Abraços!

Drª Luciana Passos
Fisioterapeuta


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