A incapacidade de estabilização da coluna vertebral causada pelo desequilíbrio entre a função dos músculos extensores e flexores do tronco é um forte indício para o desenvolvimento de distúrbios da coluna lombar. Atualmente, existem evidências que sugerem a inclusão de exercícios voltados para o fortalecimento dos músculos envolvidos na flexão e extensão do tronco nos programas de prevenção e reabilitação da dor na região da coluna lombar (lombalgia).
A lombalgia é um problema muito comum na sociedade moderna, independentemente da idade, sexo ou profissão, uma grande parcela da população já sentiu dor lombar. E é sabido que é uma dos problemas no sistema musculoesquelético que mais causa gastos na área de saúde pública. Dados epidemiológicos demonstram que, nos EUA, a lombalgia é a causa mais freqüente de incapacidade física para o trabalho em pessoas com menos de 45 anos. Estima-se que o gasto anual com custos médicos e indenizações relacionado a esse problema ficou em torno de 20 bilhões de dólares durante a década de 90 e a previsão para a próxima década é de que esses gastos superem 50 bilhões de dólares.
A dificuldade de prevenção e tratamento da lombalgia é devida a sua etiologia ser multifatorial e também devido ao fato de que muitas das suas causas ainda permanecem desconhecidas. Freqüentemente, a lombalgia está associada ao sedentarismo, sendo considerada uma das mais comuns doenças hipocinéticas.
Apesar de evidências teóricas apontarem para a importância da atividade física na prevenção da lombalgia, não existem recomendações específicas para a elaboração de programas de treinamento na prevenção desse problema.
O método Pilates®
Desenvolvido pelo alemão Jopeph Pilates no início da década de 1920 tem como base um conceito denominado de contrologia. Segundo Pilates, contrologia é o controle consciente de todos os movimentos musculares do corpo. É a correta utilização e aplicação dos mais importantes princípios das forças que atuam em cada um dos ossos do esqueleto, com o completo conhecimento dos mecanismos funcionais do corpo, e o total entendimento dos princípios de equilíbrio e gravidade aplicados a cada movimento, no estado ativo, em repouso e dormindo. Os exercícios do método Pilates® são, na sua maioria, executados na posição deitada, reduzindo os impactos nas articulações de sustentação do corpo na posição ortostática e, principalmente, na coluna vertebral, permitindo recuperação das estruturas musculares, articulares e ligamentares particularmente da região sacrolombar. O sistema básico inclui um programa de exercícios que
fortalecem a musculatura abdominal e paravertebral, bem como os de flexibilidade da coluna, além de exercícios para o corpo todo. Já no sistema intermediário-adiantado são introduzidos, gradualmente, exercícios de extensão do tronco, além de outros exercícios para o corpo todo, procurando melhorar a relação de equilíbrio agonista-antagonista. Uma vez que o método Pilates® preconiza a melhoria das relações musculares (agonista e antagonista), o objetivo de uma aula de pilates é promover o efeito desse método de treinamento sobre o torque isocinético dos músculos do corpo, promovendo equilíbrio e força, restaurando a função do sistema muscular, prevenindo e tratando dores relacionadas a desequilíbrios osteomusculares como as lombalgias.
Para praticar o método procure seu fisioterapeuta e tenha mais qualidade de vida.
Abraços!
Dra. Luciana Passos
Fisioterapeuta
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