Em tempos em que as crianças e adolescentes consomem feito adultos e os pais sabem muito bem o quanto gastam e como gastam. Nossos novos consumidores recebem todos os dias uma enxurrada de informações publicitárias. Cabe aos pais, educadores e responsáveis, limitar, orientar e fazer entender esse bombardeio consumista que se em excesso pode prejudicar o bolso dos pais e a saúde dos pequenos. Profissionais da saúde promovem cada vez mais eventos para informar e prevenir abusos no consumo de alimentos, informando sobre os males do uso abusivo de sódio, gorduras e açucares. Pesquisa recente feita pelo Ministério da Saúde constatou um excesso de publicidade que promove alimentos que podem fazer mal à saúde. Depois de analisar mais de 4 mil horas de transmissão das TVs, os técnicos do ministério concluíram que 18% das propagandas são de redes de fast-food, 17% de guloseimas e sorvetes, 14% de refrigerantes e sucos artificiais, 13% de salgadinhos em pacote e 10% de biscoitos, doces e bolos. Somados, são 72% do total dos anúncios. É passada a hora de se comunicar com os pequenos, de falar com essa geração e de estar nos ambientes que eles estão, como TVs a cabo, internet, mídias sociais, nas escolas e em todos os locais. A Organização Mundial da Saúde alertou que, nas próximas décadas, o Brasil liderará o mundo em mortes por doenças cardiovasculares. Preocupada com essa previsão, a Sociedade Brasileira de Cardiologia se mobilizou e criou um Comitê da Criança, com cardiologistas, mas também com médicos da Sociedade Brasileira de Pediatria, psicólogos, nutricionistas, educadores físicos e estudantes de Medicina.
O projeto visa levar informação aos pequenos que sofrerão as consequências da má alimentação daqui a 15 ou 20 anos, caso não mudem agora. Levar informação aos jovens e adolescentes será o grande divisor de águas. Além de auxiliar na formação, o fato de criar hábitos saudáveis pode ser o melhor investimento para a sociedade do futuro. Afinal, o grande dilema dos médicos sempre foi convencer o paciente a mudar a rotina de vida, mesmo após detectado um problema de saúde sério mas, que em muitos casos, pode ser de fácil tratamento. É realmente o desafio diário de todo profissional da Saúde. Crianças e adolescentes bem informados podem também ser multiplicadores de hábitos saudáveis na família e entre os amigos, já que eles estão abertos para receber tal informação. Basta conhecer um pouco da linguagem utilizada por eles, detectar os veículos de comunicação certos e dialogar com transparência e verdade. A comunicação eficiente com esses jovens pode formar uma geração saúde, que será menos resistente a tratamentos, por exemplo, de doenças crônicas que não apresentam sintomas.
Cuide da saúde da sua família, informe, ajude-os na descoberta de uma vida mais saudável.
Dra. Luciana Passos
Fisioterapeuta
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